O Selo Empresa Amiga da Mulher foi apresentado nesta terça-feira (24/10) ao Conselho Empresarial de Mulheres da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Criado por meio da Lei nº 9173, o selo será conferido anualmente às empresas que contribuírem com ações e projetos de promoção e defesa dos direitos da mulher no estado do Rio de Janeiro. No evento, que contou com a presença da modelo e empresária Luiza Brunet e de CEOs de grandes empresas, foi exibido um vídeo explicando a certificação.
Durante a reunião, a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar, acompanhada do secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (SEDEICS), Vinicius Farah, destacou a importância estratégica de iniciativas de empoderamento econômico da mulher.
- Acreditamos que, para minimizar ou acabar com a violência contra a mulher, também é importante dar espaço para elas ocuparem os lugares que elas entendem como delas, sobretudo na economia, nos postos de trabalho, nos cargos de gestão, como empreendedoras. Por isso, estar aqui na Firjan é muito valioso para a Secretaria da Mulher – disse a secretária Heloisa Aguiar, acrescentando que o selo será uma importante ferramenta de promoção da igualdade de gênero dentro das empresas.
O secretário Vinicius Farah ressaltou que o selo Empresa Amiga da Mulher surgiu de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a Secretaria de Estado da Mulher. E que a criação de oportunidades de trabalho para as mulheres é uma das prioridades da sua pasta.
- O que podemos entregar de transformação no resgate e no direito de fato é a criação de novas oportunidades para essas mulheres. E o momento é o melhor possível. O Rio de Janeiro vive um momento de recorde de criação de postos de empregos e investimentos - afirmou Vinicius Farah.
A modelo e empresária Luiza Brunet, ativista dos direitos das mulheres e contra a violência de género, elogiou a iniciativa:
- Fico muito feliz com esse projeto e espero que ele possa ser assimilado aqui no Rio de Janeiro e estendido a outros estados. Temos que passar para as mulheres que a gente precisa buscar ajuda, acolhimento, e que temos um país com políticas importantes.
Rede Mulher na Palma da Mão
Carla Pinheiro, presidente do Conselho Empresarial de Mulheres da Firjan, anunciou que a federação será parceira do governo na divulgação do selo Empresa Amiga da Mulher e nas ações em prol do empoderamento feminino e irá levar a campanha a todas as suas regionais. A primeira a receber será a regional de Nova Friburgo.
Segundo a vice-presidente do Conselho de Mulheres da Firjan, Marcia Carestiato, o polo de moda íntima de Friburgo tem 80% de gestoras mulheres e 80% de trabalhadoras do sexo feminino, produzindo 335 milhões de peças por ano.
- É uma região muito importante, que responde por 35% da produção de moda íntima e fitness do Brasil. Por isso, estamos trabalhando esta questão do envolvimento com as indústrias. E por isso queremos levar a primeira reunião sobre estas iniciativas para nossa regional de Friburgo - afirmou.
A superintendente de Autonomia Econômica da SEM-RJ, Karoline Mendez, apresentou também a campanha Rede Mulher na Palma da Mão, que em breve terá a adesão do Sindicato de Moda Íntima de Nova Friburgo. A ideia é que as fábricas do polo de moda íntima usem nos produtos etiquetas com mensagens sobre os tipos de violências contra a mulher, além do QRCode de acesso ao aplicativo gratuito Rede Mulher.
- É uma campanha de divulgação do aplicativo Rede Mulher, que tem uma série de serviços, como endereços de centro de atendimento à mulher, de delegacias. E permite à mulher fazer um boletim de ocorrência on-line em casos de violência, por exemplo. Identificamos que a iniciativa privada poderia ser nossa melhor parceria para que esse app pudesse chegar a todas as mulheres do estado - afirmou.
Como aderir à campanha
Os interessados em receber o Selo Empresa Amiga da Mulher precisam se inscrever até 10 de dezembro. Uma comissão vai avaliar os documentos encaminhados pelas empresas para concessão do selo nas seguintes categorias: Bronze (acima de 50% dos requisitos solicitados), Prata (mais de 70% dos requisitos) e Ouro (acima de 90%).
Para receberem a certificação, as empresas devem divulgar, interna e externamente, ações afirmativas e informativas sobre temas voltados aos direitos da mulher, principalmente sobre a Lei Maria da Penha, e demais dispositivos legais que tratem do enfrentamento à violência contra a mulher. As empresas também precisarão apresentar carta de compromisso com planejamento de ações, projetos e programas, bem como convênios, parcerias com órgãos ou empresas públicas ou privadas, entidades filantrópicas e associações que visem à qualificação profissional, a inclusão, o bem-estar e o desenvolvimento da mulher no mercado de trabalho e na sociedade.
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