Marcos Andrade Barbosa Silva, executivo da União Norte Fluminense Engenharia, afirmou em depoimento nesta quinta-feira (27) que foi orientado pelo ex-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Henrique Alberto Santos Ribeiro sobre um pagamento de propina de uma taxa de 5% para o Governo estadual do Rio e de mais 1% para o Tribunal de Contas do Estado.
O depoimento foi dado ao juiz Marcelo Bretas na 7ª Vara da
Justiça Federal. Marcos afirmou ainda que a propina era paga muitas vezes em
cheques de R$ 50 mil a 100 mil, e que esses cheques eram sacados na boca do
caixa em agências bancárias.
Segundo Marcos, o ex-presidente do DER dizia procurá-lo em
nome de Wilson Carlos, ex-secretário de governo de Sérgio Cabral. A propina,
segundo o delator, foi paga entre os anos de 2008 e 2014, em diversas obras em
rodovias estaduais.
A União Norte Fluminense fechou um acordo de leniência com o
Ministério Público Federal. Marcos Andrade Barbosa, durante a audiência,
declarou em juízo que prestava depoimento na condição de colaborador.
O ex-presidente e ex-conselheiro do TCE-RJ, Jonas Lopes de
Carvalho Júnior, e o filho dele Jonas Lopes Neto, também prestaram depoimento,
na condição de delatores.
O depoimento dado nesta quinta-feira ao juiz federal Marcelo
Bretas foi referente a um dos processos da operação C’est Fini , é o fim em
francês , realizada em novembro de 2017.
A ação penal apura um esquema de corrupção em obras de pavimentação
e conservação de rodovias estaduais pelo Departamento de Estradas de Rodagem do
Estado do Rio, durante o governo de Sérgio Cabral.
Segundo as investigações, entre 2008 e 2014, a organização
criminosa chefiada por Cabral recebeu R$ 17 milhões em propinas em contratos do
DER-RJ com a empresa União Norte Fluminense.
Em 2017, reportagem da TV Globo revelou que José Iran,
ex-secretário de obras do Rio, chegou a receber mais de R$ 1 milhão em
propinas.
Fonte: G1
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