Faleceu nesta segunda-feira, 16/12, em Divinópolis-MG o eterno guitarrista
Billy Ferreira da Banda Calistones.
A música faz parte da vida de muitas pessoas, mas para
algumas ela é mais, é a própria vida. Billy Ferreira que o diga, ou Adilson
Geraldo, seu nome de batismo. O artista abandonou tudo pela música. Nascido em
Bocaiúva, região do norte de Minas Gerais, no dia 07 de março de 1951, quando
tinha apenas seis meses de idade ele se mudou com os pais para Ermelino
Matarazzo, distrito da zona leste da cidade de São Paulo.
O primeiro contato com a música foi através do som de um
cavaquinho, dado pelo avô e que chamou sua atenção ao soar das primeiras notas.
A paixão pelo violão veio logo em seguida, ao ouvir o som do instrumento tocado
por um músico que se apresentava em um bar, perto do local onde ele trabalhava
como engraxate, na zona leste.
“Eu via esse cara tocar e quando chegava eu em casa, tentava
fazer as mesmas coisas, só que meu cavaquinho era pequeno e só tinha quatro
cordas. Daí eu pensava: ‘Como que eu vou fazer? Um amigo me deu um violão velho e eu comecei a
tocar”, contou Billy.
Assim como milhares de brasileiros, para ele a infância não
foi nada fácil. A vida em São Paulo foi complicada, principalmente depois que
os pais começaram a brigar frequentemente. Em um dado momento, as brigas
terminaram, porém, as dificuldades começaram a aumentar. O pai de Billy acabou
se separando da mulher, e com ela ficaram os onze filhos.
No auge de seus 20 anos, ele casou e teve uma filha. Nessa
época, a música pulsava cada vez mais forte e também gerava discussões dentro
de casa. Billy entrou para uma banda e começou a fazer shows por todo o Brasil.
Ele ficou anos sem ver a família. Na volta para casa passou por Belo Horizonte
e lá, num point de encontro de músicos, teve a indicação de um conhecido, de
que uma banda de Divinópolis precisava de um guitarrista.
No retorno para São Paulo ele parou em Divinópolis e foi ao
encontro do responsável pela banda Calistones. Confirmada a entrada do músico
no grupo, Billy seguiu viagem. Em casa, ele e a esposa ensaiaram uma
reconciliação, porém, ela continuou sem aceitar a profissão escolhida por
Billy. Em 1979 o músico partiu definitivamente para a cidade do centro-oeste
mineiro. Já instalado, ele recebeu a notícia de que seria pai novamente, mas
sua esposa também lhe disse que iria criar a criança sozinha.
Até então, tudo havia corrido bem. Foram vinte anos de
realizações na banda Calistones. Os problemas começaram a surgir novamente em
1999. Neste ano a ex-esposa de Billy oficializou o divórcio, ele saiu da banda
e ainda descobriu que estava com diabetes. Também em 1999 ele descobriu o que
era a depressão.
Passado o momento de tristeza, Billy se recompôs, ele já
estava vivendo com outra pessoa, com quem teve mais três filhas. A vida começou a entrar no eixo. Além de
tocar em outras bandas, ele passou a dar aulas de guitarra e violão, em
Divinópolis e Nova Serrana, entre 2005 e 2011. Em 2012, mais uma vez a
tranquilidade deu lugar aos problemas, estágio avançado da diabetes, outra
separação, catarata, amputação dos pés e a quase morte.
Billy deve sua vida aos amigos. Após vários dias sem aparecer
nos ensaios, os colegas de banda estranharam a ausência do músico e foram até o
apartamento onde estava morando, em Nova Serrana, encontrando-o caído ao chão.
Ele estava com necrose, morte de parte de um tecido ou células, em um dos pés.
Segundo o médico, se ele não tivesse sido encontrado a tempo poderia ter
morrido. Logo em seguida, quando ainda se recuperava da primeira amputação,
descobriu que o outro pé também estava doente. Necessitando de cuidados
especiais, um colega de banda conseguiu uma vaga para ele no Lar dos Idosos,
onde foi acompanhado de perto até sua recuperação onde permaneceu até o dia de hoje...
Créditos Poliany Mota
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