Três títulos em dez dias. O melhor time da América do Sul -Ricardo Moraes/Reute
O time de Jesus superou a infantil expulsão de Arão, aos 23
do primeiro tempo. E mesmo assim , derrotou o Independiente por 3 a 0. Recopa
conquistada
POR COSME RÍMOLI
Supercopa do Brasil, Taça Guanabara, Recopa Sul-Americana.
Recorde na história do clube.
Isso com o time mal tendo tempo para a pré-temporada.
Conquistou ontem o seu primeiro título sul-americano oficial
no seu palco, o Maracanã.
As outras quatro
competições da Conmebol, Libertadores de 1981 e 2020, Copa Ouro de 1996 e Copa
Mercosul de 1990, foram fora do Brasil.
A vitória por 3 a 0 diante do ótimo Independiente del Valle,
teve um componente inesperado, dramático.
A infantil expulsão de Willian Arão, depois de uma solada no
peito de Caicedo, deixou o Flamengo com um jogador a menos, aos 23 minutos do
primeiro tempo. E contra uma equipe especializada em envolvente toque de bola,
movimentação, intensidade.
O Independiente del Valle é organizada com muita competência
pelo espanhol Miguel Ángel Ramírez Medina.
Mas o Flamengo tem o melhor técnico da América do Sul.
Nos inclementes treinamentos, Jesus insiste em fazer com que
várias vezes os seus titulares atuem contra reservas, com um jogador a menos. O
que obriga o sacrifício individual de cada um, em prol do grupo.
E foi o que aconteceu ontem.
O Flamengo deu uma lição de solidariedade em campo. A equipe
se desdobrou, desde o estúpido cartão vermelho de Arão.
A atuação de Gerson foi estupenda. Para dar vergonha ao
coordenador da Seleção Brasileira, Juninho Paulista, que o ameaçou de não
convocação para o time de Tite. O motivo: o volante avisou que não poderia
servir o time pré-olímpico, por estar sem férias, desgastado fisica e
emocionalmente.
Não foi ao pré-olímpico.
E descansado, ontem, mostrou o que pode fazer, se desdobrando
na marcação, articulação e na artilharia. Elemento surpresa na área
equatoriana, ele fez dois gols na vitória espetacular. Correu por ele e por
Arão.
Principalmente depois do intervalo, quando Jesus organizou de
vez o time com um jogador a menos na decisão.
"Quando você está com menos um, cada jogador tem que
correr por dois para fazer a parte do colega. Isso obrigou o Arrascaeta e ao
Éverton a serem jogadores de maior ajuda ao Filipe Luís e ao Rafinha.
"No intervalo, conversamos que deveria ser igual. Ter
menos um jogador pode ter influência na zona de finalização, mas nunca na zona
de criação. E eles entenderam isso
"(...) Falamos que quando eles (os jogadores do
Independiente) perdessem a bola, estariam mal posicionados. Eles arriscaram em
demasia. Sabíamos que uma saída bem puxada nos daria oportunidade de fazer mais
gols."
E foi assim que veio o placar de 3 a 0, com gols de Gabigol,
que se igualou a Fred, como na artilharia do 'novo' Maracanã e os dois do
versátiil Gerson.
Jorge Jesus confessou jamais ter passado pela experiência de
disputar tantas decisões em tão pouco tempo.
"Essas decisões em 10, 15 dias, nunca tive na minha
carreira desportiva. Fomos vencedores em todas. Também pelo fato de estarmos
nas decisões, estamos habituados a conviver com pressão.
"Uma pressão que nunca será maior do que a nossa
emoção", garantia, o técnico, empolgado.
O Flamengo ganhou o título de ontem sem dois titulares
absolutos. Bruno Henrique e Rodrigo Caio, contundidos.
O treinador português não negou sua intenção com mais um
título ontem. A de confirmar que o Flamengo é o melhor time da América do Sul.
"A ideia é essa. É você provar que é melhor não só pela
qualidade de jogo, mas também pelo que conquista. Não temos dúvidas de que é a
maior torcida do mundo. Todo mundo sabe. Mas o que define os melhores é o que
ganha."
Jorge Jesus já aproveitou para também repartir a preocupação
da diretoria do Flamengo: as convocações de Tite para as Eliminatórias e para a
Copa América.
Gerson, Gabigol e Bruno Henrique estão mais do que cotados.
“Da minha equipe, acho que não vai levar nenhum. Espero que
não leve nenhum. (Meus jogadores) não têm categoria para jogar na seleção do
Brasil", ironizava, comemorando seu quinto título com o Flamengo, em menos
de um ano.
Dois nacionais: o Brasileiro, a Supercopa do Brasil.
Um carioca: a Taça Guanabara.
E dois sul-americanos.
A Libertadores e a Recopa.
O Flamengo orgulha o futebol brasileiro...
FONTE R7
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