João Peixoto (Foto: Rodrigo Silveira)
Faleceu na manhã de hoje (30), na UTI do Hospital Dr. Beda, o
deputado estadual João Peixoto (DC). Assim como seu ex-colega de bancada,
deputado estadual Gil Vianna (PSL), morto em 19 de maio (relembre aqui), João
foi mais uma vítima da Covid-19. Ele tinha 75 anos e estava internado no Beda
desde 27 de agosto, após apresentar sintomas da doença, tendo passado à UTI em
2 de setembro, após uma infecção bacteriana. O diagnóstico de Covid foi
confirmado dois dias depois, quando seu estado de saúde piorou, ele teve que
ser entubado e colocado em um respirador mecânico. Cumpria seu sétimo mandato
na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A despeito do
jeito simples de homem do povo, que nunca perdeu, era considerado um dos
maiores conhecedores de eleições em Campos e no Norte Fluminense.
João entrou para a política partidária como líder de classe.
Foi presidente do Sindicato dos Taxistas em Campos, de onde se candidatou e
ganhou a eleição à Câmara Municipal de Campos em 1992. Dois anos depois, o
vereador se candidataria e elegeria a deputado estadual, onde cumpriu sete
mandatos quase consecutivos. Ele não se reelegeu ao cargo apenas em 2002,
quando saiu temporariamente da Alerj para ser secretário municipal de
Agricultura no governo Arnaldo Vianna (PDT). Mas voltaria a se eleger deputado
em 2006. E de onde só sairia agora, um quatro de século depois do seu primeiro
mandato, não pela força do voto popular, mas da maior pandemia da humanidade
nos últimos 100 anos.
Na relação profissional entre repórter e fonte, que muitas
vezes, como em outras áreas, acaba derivando em amizade pessoal, João foi para
mim, como para vários jornalistas de antes e depois, uma fonte de aprendizado
constante. De como um homem do povo pode ser melhor leitor dos processos
eleitorais do que muitos PHDs. Camaleônico em termos ideológicos, estava quase
sempre ligado aos chefes do Poder Executivo. Mas para trazer, através dessa
relação, benefícios à comunidade que o elegeu. Como a Ponte da Integração,
ligando os municípios de São João da Barra e São Francisco de Itabapoana sobre
o rio Paraíba. Na qual empenhou seus últimos mandatos parlamentares. Mas que,
infelizmente, ele morre sem ver entregue, faltando a conclusão da obra apenas
em suas cabeceiras.
FOLHA 1
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