O drama do Flamengo na Libertadores após viagem ao Equador,
com goleada de 5 a 0 e surto de Covid-19, ficou no passado. No Maracanã, o time
ainda recheado de jovens, mas já com os primeiros sete atletas infectados à
disposição, começou a se reconstruir, venceu com facilidade o Independiente Del
Valle e antecipou a classificação às oitavas de final com uma rodada de
antecedência, em função da vitória do Barcelona sobre o Junior.
O placar de 4 a 0, gols de Lincoln, Pedro e dois de Bruno
Henrique, simbolizou a mistura do qualificado elenco rubro-negro com os seus
talentosos jovens, chamados para repor a ausência de peças importantes,
sobretudo da defesa.
A boa atuação do quinteto formado pelo goleiro Hugo Neneca,
Matheus, único entre os infectados no Equador que foi titular, Natan, Noga e
Ramon saltou aos olhos.
Embora mais um recital do capitão Arrascaeta tenha provado
que o uruguaio foi o responsável por não deixar o nível da equipe cair nesse
momento de escassez das peças importantes.
A partida ainda reforçou a ideia de que o centroavante Pedro
é peça indispensável mesmo que todo o elenco esteja apto para jogar. E o
ressurgimento de Lincoln, jovem de 19 anos visto até internamente como carta
fora do baralho, que fez mais uma bela apresentação aberto na ponta, assim como
contra o Palmeiras, e foi coroado com o gol.
A nota ruim da partida foi a lesão de Gabigol, que voltava ao
time, deu passe para Pedro no segundo gol, mas torceu o tornozelo. O problema
possibilitou a entrada de Bruno Henrique, que testou negativo na última
segunda-feira, mas não havia treinado na terça. O atacante entrou no fim do
primeiro tempo e fez dois gols para lhe dar confiança.
A estratégia de Jordi Guerrero foi elogiável. O Flamengo
respeitou o estilo de jogo do Del Valle e deixou os equatorianos até certo
ponto livres para sair desde sua defesa. A zaga rubro-negra, menos experiente,
se postava no chamado bloco baixo, sem deixar espaço em suas costas. Mesmo
assim, no começo Hugo Neneca foi mais exigido, e mostrou que mereceu continuar
como titular enquanto Diego Alves não volta.
Sem uma marcação pressão, o Flamengo fez o time adversário
provar do próprio veneno. E encaixou as jogadas em bola longa. Na primeira
delas, em contra-ataque, Matheusinho achou bem Lincoln por dentro. No gol de
Pedro, Gabigol escapou livre na cara do goleiro, mas foi solidário com o
companheiro, que tocou para as redes sem ninguém.
No segundo tempo, o Flamengo manteve a estratégia e contou
com outro garoto em alta. O lateral-esquerdo Ramon deu linda bola para Pedro
concluir, mas no rebote Bruno Henrique aproveitou. O quarto gol saiu de passe
mágico de Arrascaeta para Bruno Henrique. Livre, o atacante driblou o goleiro e
deixou mais um.
FONTE:EXTRA
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