Com o objetivo de monitorar a evolução das variantes da Covid-19, melhorar ações epidemiológicas e possibilitar a ampliação precoce de números de leitos e de medidas restritivas, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) iniciou uma pesquisa para identificar a incidência das novas cepas na população fluminense.
O estudo, que busca entender mais sobre as modificações
sofridas pelo SARS-CoV-2, será um dos maiores na área de sequenciamento do
vírus da Covid-19 do país, com a análise de 4.800 amostras nos próximos seis
meses, sendo 400 a cada 15 dias. Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) – com recurso de R$ 1,2 milhão – a
iniciativa conta ainda, além da SES, com a parceria do Laboratório Nacional de
Computação Científica (LNCC), do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, do
Lacen, da Fiocruz e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio.
Para o secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves,
a medida pode ser um importante instrumento balizador de políticas públicas,
caso a doença continue a circular mesmo após a vacinação em massa.
– Como acontece com a gripe, a Covid-19 pode se tornar um
vírus de circulação sazonal, com mutações genéticas. É fundamental ampliar os
estudos para que, cada vez mais, possamos agir de forma antecipada. Por
exemplo, se o mundo soubesse mais sobre a variante P1, que tem se mostrado mais
contagiosa, poderia ter aberto leitos com mais antecedência e reforçado
protocolos como etiqueta respiratória e distanciamento social – afirmou o
secretário.
Atualmente, o estudo está na fase de compras de insumos e
separação de amostras. O objetivo é que os primeiros vírus sejam sequenciados
na segunda quinzena de abril.
Subsecretária de Vigilância em Saúde da SES e idealizadora da
pesquisa, Cláudia Mello acredita que a ciência seja o principal caminho neste
momento.
– Em pouco menos de um ano, vimos a ciência desenvolver
vacinas contra um vírus que se tornou a pandemia do século. Agora, precisamos
nos aprofundar em diversas perspectivas sobre esse coronavírus. Tenho certeza
de que esse estudo também irá colaborar para um maior entendimento e fazer com
que a gente volte a ter uma vida normal – acredita Cláudia, que tem como
parceiros no estudo os pesquisadores Ana Teresa Vasconcelos (LNCC) e Amilcar
Tanuri (UFRJ).
Para o presidente da Faperj, investir na busca pelo
conhecimento é um caminho único.
– Somente do ano passado para cá, a Faperj investiu mais de
R$75 milhões em pesquisas que visam o combate à Covid-19. Esse estudo genômico
das novas variantes do SARS-CoV-2 é fundamental para a evolução do entendimento
do vírus – afirmou Jerson Lima Silva, presidente da Faperj.
FOLHA DE ITALVA
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