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14/03/2021

QUEM FOI MÁRIO FILHO, O NOME DO ESTÁDIO DO MARACANÃ

 

Conheça a história do jornalista que batiza o mais tradicional estádio do Brasil

 

Maracanã. O estádio construído há mais de 70 anos é o templo do futebol brasileiro. Ele sediou a final de duas Copas do Mundo, além da abertura e encerramento de uma Olimpíada, a Rio-2016.

 

Depois de ser palcos de tantas histórias brilhantes do esporte nacional, o Maraca pode ter o nome alterado. Isso porque deputados do Estado do Rio de Janeiro aprovaram um Projeto de Lei para rebatizar o estádio com o nome de “Edson Arantes do Nascimento – Rei Pelé”.

 

A grandeza do maior jogador de futebol de todos os tempos é incontestável, mas o que nem todo mundo sabe é a história do homem que sempre deu o nome ao estádio do Maracanã.

 

Então, você vai conhecer a história de Mário Filho, o Criador das Multidões. Ele foi um dos maiores cronistas esportivos do Brasil. Teve uma contribuição imensa para a concepção do Maracanã e forte influência em outros aspectos da cultura fluminense, inclusive no samba.

 

Mário Rodrigues Filho nasceu no Recife, em 1908. Era irmão de Nelson Rodrigues, outro gigante da nossa literatura. Além de trabalhar por mais de 20 anos na redação do jornal ‘O Globo’, maior criou duas publicações esportivas, o ‘Jornal do Sports’ e o ‘Mundo Esportivo’.

 

Mas o trabalho de Mário não ficava restrito às redações. Ele botava a mão na massa para incentivar a prática do futebol. Criou os Jogos da Primavera, os Jogos Infantis e o Torneio de Pelada do Aterro do Flamengo.

 

Mário Filho incentivou ainda a criação do Torneio Rio-São Paulo, em 1950, que foi um dos principais campeonatos nacionais por vários anos.

 

A atuação do cronista também foi importante em outros aspectos da cultura popular. Ele teve forte participação na realização do primeiro desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, na Praça Onze, em 1933.

 

Quanto ao Maracanã, Mário Filho atuou para a construção do estádio para a disputa da Copa do Mundo de 1950. Naquela época, muita gente era a favor de que as partidas no Rio de Janeiro fossem disputadas em São Januário. Mas para sediar os jogos, o estádio do Vasco da Gama deveria ser ampliado.

 

Mário Filho morreu em 16 de setembro de 1966. Escondeu durante toda a vida o fato de que torcia para o Flamengo. Não queria chatear o lado da família que era apaixonado pelo Fluminense.

 

O jornalista pernambucano publicou livros como “Romance do Futebol”, “Histórias do Flamengo” e “O Negro no Futebol Brasileiro”.

 

No Projeto de Lei que altera o nome do Maracanã, Mário Filho ainda continuaria batizando o Complexo Esportivo do Maracanã, que compreende o Ginásio do Maracanãzinho, além do Estádio de Atletismo Célio de Barros.

 

A autoria do PL é do deputado André Ceciliano (PT). Ele foi aprovado pela assembleia fluminense no dia 9 de março e aguarda sanção do governador Cláudio Castro (PSC).

 

Em carta, ABI e Acerj pedem que mudança de nome do Maracanã não seja sancionada


A aprovação da mudança do nome do Estádio Mario Filho para Rei Pelé causou surpresa e espanto à  Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e à Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (Acerj). As entidades enviaram cartas ao governador interino do Rio, Claudio Castro, pedindo que não sancione a proposta – ele tem 15 dias para tomar a decisão. Na terça-feira, a Alerj aprovou, de forma urgente, projeto de lei que prevê que o jornalista Mario Filho nomeie todo o complexo esportivo do Maracanã, composto pelo estádio, o ginásio do Maracanãzinho, o parque aquático Julio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros.

 

Na carta, a ABI reconhece o mérito de todas as homenagens a Pelé, mas ressalta a importância do jornalista Mario Filho na viabilização do estádio e na criação da mística do Maracanã. Ainda lembra a relevância dele para o jornalismo esportivo brasileiro. No fim, a entidade pede que não se permita mais uma mutilação no Estádio do Maracanã com a troca de nome.

 

"Para a ABI, independentemente de questionamento jurídico quanto à legalidade de homenagear pessoas vivas, o que importa, neste momento, é não permitir mais uma mutilação no Estádio do Maracanã, com a retirada do nome do Jornalista Mario Filho", escreveu o presidente da ABI, Paulo Jeronimo.

 

A Acerj também destaca o papel de Mario Filho na construção do imaginário do futebol carioca e brasileiro, ao criar, por exemplo, a expressão Fla-Flu. A entidade lembra que ele também "colaborou para a popularização da cobertura jornalística do futebol trocando os termos rebuscados da época por expressões mais populares e o Maracanã muito contribuiu para isto".

 

FONTE: GF ESPORTE

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