CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ TEM 46 UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE FECHADAS - Jornal Tempo News

Breaking

Home Top Ad

05/07/2021

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ TEM 46 UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE FECHADAS

 


A cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, tem, atualmente, 46 unidades básicas de saúde fechadas. O município diz que as unidades estão sendo reabertas de forma gradativa, mas que ainda não há previsão de abertura para pelo menos 40 delas.

Na UBS do Parque São Matheus, em Guarus, o atendimento básico em saúde já não é oferecido há mais de um ano.

Sem a unidade, que oferecia atendimento clínico e odontológico, o Hospital de Guarus, que é uma unidade de urgência e emergência, é o ponto mais próximo para quem precisa de um médico.

Em outros pontos da cidade, o cenário é praticamente o mesmo. Na unidade de saúde do Parque Lebret, também em guarus, as portas estão fechadas há cerca de dois anos, segundo os moradores.

Na UBS da Tapera também falta assistência. Nesta unidade, uma obra avaliada em mais de R$ 1,5 milhão nunca ficou pronta e o posto de saúde que atendia a população da localidade também foi fechado.

Outra unidade que está na mesma situação é a UBS da comunidade quilombola de Lagoa Feia também segue fechada. No dia 25 de junho, moradores de localidade fizeram um protesto em busca de respostas.

Para o ex-ministro da saúde, entre 2007 e 2011, José Gomes Temporão, a falta de funcionamento das unidades básicas é grave e pode fazer com que as pessoas não tenham acesso ao atendimento preventivo.

“Se o sistema de saúde das unidades básicas não funcionam adequadamente, ele está totalmente equivocado. Ele está frágil. Ele não cumpre a sua missão, que é proteger pessoas”, disse o ex-ministro.

Em entrevista à Inter TV, o secretário de saúde, Adelsir Barreto, disse que a reabertura das Unidades Básicas de Saúde está sendo feita de forma gradativa, respeitando o orçamento do município e a disponibilidade dos profissionais. A previsão da Prefeitura é reabrir mais cinco ou seis UBSs nos próximos meses. Mas outras quarenta unidades continuam sem previsão de reabertura.

“Nós abrimos as três: a UBS de Lagoa de Cima, Santa Rosa e São Sebastião. E, agora, já temos mais duas definidas, a de Jamil Abdu e de Conceição do Imbé”, afirmou o secretário.

Para tentar conter as lacunas deixadas pela falta de atendimento, a secretaria de Saúde diz que pretende intensificar o investimento no programa de assistência a família, do qual as UBSs fazem parte. Segundo o secretário, outro investimento previsto são as chamadas UBSs móveis, que devem levar atendimento a população de regiões mais afastadas e sem unidades básicas de saúde.

“Não vamos deixar ninguém sem assistência. Mas nós vamos ter que adequar isso à nossa realidade financeira. Por isso, temos o projeto de criar duas UBSs móveis, que podem funcionar em quatro lugares diferentes por semana. Assim poderemos chegar a todos os lugares”, disse Adelsir Barreto.

Especialistas contestam a UBS móvel

Segundo Ligia Giovanella, pesquisadora da ENSP Fiocruz, o projeto é ineficaz. Para ela, a Unidade Básica de Saúde móvel não é capaz de promover o acompanhamento ideal para a população.

“As visitas periódicas podem ser um serviço para populações de comunidades muito remotas, mas não podem substituir as Unidades Básicas de Saúde. Elas necessitam de cuidados oportunos, ou seja, quando a pessoa fica doente. Não pode esperar duas, três semanas, quando aparece a unidade móvel”, afirmou a pesquisadora.

O ex-ministro José Gomes Temporão também questiona a eficiência do programa.

“Não tem nenhum critério, nenhuma justificativa técnica de utilizar unidades móveis para atendimento básico da saúde da população. Isso é fingir que tá fazendo alguma coisa”, disse Temporão.

Para o ex-ministro, as unidades básicas de saúde são importantes também para evitar a lotação de hospitais, que devem focar seus atendimentos em casos de urgência e emergência.

“A prioridade nesse momento é garantir uma atenção básica de qualidade. A partir daí, organizar o resto do sistema”, completou.

Temporão ainda afirma que o ideal seria garantir investimentos nas UBSs. Investimentos que, na prática, custariam bem menos aos cofres públicos do que grandes obras em hospitais.

“É o atendimento mais custo efetivo. Ou seja, é o atendimento que vai resolver a maioria dos problemas de saúde com o custo mais barato”, finaliza o ex-ministro.

 

As informações são do G1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário