Após bater na trave nos últimos anos, clube conquista objetivo e chega à competição onde terá mais visibilidade para desenvolver negócios e melhorar equipe
Por Bruno
Ribeiro — Juiz de Fora, MG
Foto Victor Souza/Tombense
O Tombense está na Série B do Campeonato Brasileiro. Após seis temporadas na terceira divisão nacional, em que o time fez boas campanhas mas ficou no "quase", o Gavião Carcará fez seu voo mais importante até o momento e subiu mais um degrau na prateleira no futebol nacional. A vitória sobre o Manaus com gols aos 47 minutos do segundo tempo, neste sábado, garantiu o acesso com uma rodada da antecedência e uma vaga na final da Série C.
Com verba de televisão, 38 partidas a serem transmitidas e maior exposição na mídia, o Tombense acerta dois alvos na mesma jogada: o clube-empresa poderá ter um time forte na segunda divisão nacional e colocar os atletas representados pela Brazil Soccer na vitrine.
Quando conquistou o título da Série D do Campeonato Brasileiro em 2014, o Carcará, que já havia sido campeão do Mineiro do Interior na estreia na elite estadual em 2013, deu um passo importante na consolidação da equipe no cenário nacional.
O novo desafio era a Série C do Campeonato Brasileiro, competição que contava com mais partidas, nível técnico superior e que apresentava ao clube uma oportunidade de alcançar a Série B.
Esse objetivo era a menina dos olhos dos empresários Lane Gaviolle e Eduardo Uram, que possibilitaria ao Carcará alavancar os negócios e aumentar o patamar da equipe no cenário nacional. A parceria entre os dois ocorreu no fim dos anos 1990, quando o Tombense, fundado em 1914, era um time amador.
Foram sete edições até que o Alvirrubro alcançasse esse objetivo, na sétima temporada na terceira divisão. Em 2017, foi a primeira vez em que o Tombense chegou mais perto do acesso. Após boa campanha na primeira fase, a equipe comandada por Raul Cabral chegou às quartas de final, mas acabou eliminada pelo CSA.
Em 2020, após o vice-campeonato do Mineiro e o título do Mineiro do Interior, o time de Tombos fez outra campanha sólida na Série C, mas que acabou frustrada pela eliminação na última rodada. O empate em casa diante do lanterna Boa Esporte fez com que a equipe comandada por Julinho Camargo batesse novamente na trave.
Só que em 2021 não teve jeito. Sob a batuta de Rafael Guanaes, o Alvirrubro, fez uma primeira fase regular e terminou em segundo do Grupo A, com 27 pontos, três a menos que o líder Paysandu. Em um quadrangular equilibrado, ao lado de Novorizontino, Manaus e Ypiranga-RS, o time mineiro, que já havia sido novamente campeão do Interior e ganhado a primeira edição da Recopa Mineira, faturou o acesso à Série B com uma rodada de antecedência ao bater o Manaus por 2 a 1, fora de casa, neste sábado.
A Série B do Campeonato Brasileiro será um "novo mundo" para o Tombense como time de futebol, mas não é um terreno desconhecido para o clube. Presidido por Lane Gaviolle e gerido em sociedade por Eduardo Uram, o Alvirrubro se notabiliza por colocar jogadores na vitrine e negociá-los com outros clubes, do Brasil e do exterior, fazendo o gerenciamento de carreira dos atletas.
Chegada à Série B deve representar a montagem de um elenco mais forte, com atletas que pertencem ao próprio clube, mas que antes eram emprestados.
Mesmo na Série C durante sete anos, o Carcará teve muitos atletas disputando a Série B e até a Série A. Entre idas e vindas a Tombos, os jogadores ganham experiência, ajudam o time de Minas Gerais nas competições, desenvolvem as carreiras deles em outras equipes e, em caso de vendas, dão retorno financeiro ao projeto, que se expande e ganha corpo.
Em 2022, o Tombense poderá unir o útil ao agradável. Além de dar visibilidade aos jogadores que pertencem ao clube, agora a equipe de Tombos poderá usar esses atletas e fortalecer o elenco tecnicamente, sem perder tantos jogadores ou reforçar adversários na competição nacional.
Na Série B do Campeonato Brasileiro de 2021, o Alvirrubro tem vários jogadores emprestados a outros clubes, como Daniel Amorim (Vasco), Keké (Cruzeiro), Pedro Castro (Botafogo), Jhemerson e João Paulo (Confiança), entre outros.
A nova fase alvirrubra vai exigir que o clube se adeque à realidade que vai encarar em 2022, tanto dentro do campo, quanto fora dele.
A mudança de perfil do elenco será necessária. Se em 2021 o time fará 42 partidas, no ano que vem o Tombense fará 38 só na Série B, o que exigirá um grupo de trabalho maior e com mais qualidade para disputar não só a segunda divisão nacional, mas também Recopa Mineira, Campeonato Mineiro e Copa do Brasil.
Em termos de estrutura, o Tombense pensa em adequações para o Estádio Antônio Guimarães de Almeida. Atualmente com capacidade para 3.050 espectadores, a praça esportiva está abaixo da capacidade estipulada em regulamento para receber jogos pela Série B. No entanto, a diretoria do Gavião já trabalha para realizar melhorias no estádio, como na iluminação, por exemplo, e pensa também na ampliação da capacidade de público. A praça esportiva já tem a homologação do VAR, utilizado na reta final da Série C.
O uso do Estádio Soares de Azevedo, em Muriaé, é uma possibilidade, dada a boa relação entre as diretorias do Tombense e do Nacional. É possível também que, caso o Almeidão possa receber jogos na Série B do Brasileirão, as partidas de menor porte aconteçam em Tombos, enquanto os jogos com maior apelo de público sejam realizados na cidade vizinha.
FONTE:GE
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