Grande parte da cidade está sem luz nem água. ‘São inúmeros carros abandonados, ônibus dentro de rios’, disse o secretário de Defesa Civil.
Subiu para 80 o número de pessoas
que morreram após o forte temporal que atingiu ontem a cidade de Petrópolis, na
região serrana do Rio, segundo informou a Defesa Civil. Entre as vítimas, há ao
menos duas crianças, de acordo com o órgão. As identidades dos mortos não foram
divulgadas. Moradores relatam desaparecimento de familiares, mas os bombeiros
dizem não ter ainda estimativa do total de desaparecidos. A Prefeitura de
Petrópolis decretou estado de calamidade pública. A forte chuva ocasionou
deslizamentos de encostas, alagamentos e correntezas fortes que arrastaram
carros nas ruas em diversos pontos da cidade.
O Corpo de
Bombeiros ainda não sabe o número de desaparecidos. Pelo menos 54 casas foram
destruídas pelas chuvas que atingiram a região e mais de 370 pessoas foram
acolhidas em abrigos improvisados.
Cerca de 400
bombeiros trabalham nas buscas aos desaparecidos. A Polícia Civil do RJ também
montou uma força-tarefa na cidade. São cerca de 200 policiais, peritos legistas
e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia, servidores de
cartório e de diversas delegacias da Região Serrana.
A Prefeitura
decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais
foram reforçadas para o atendimento de vítimas.
A Defesa
Civil informou que ainda há previsão de chuva moderada a qualquer momento no
município nesta quarta-feira (16). Em caso de emergência, o telefone 199 está
disponível.
Pontos de
Acolhimento
Esses locais
recebem doações e abrigam desalojados:
Centro de
Educação Infantil Chiquinha Rolla
Escola
Estadual Augusto Meschick
Escola
Municipal Alto Independência
Escola
Municipal Ana Mohammad
Escola
Municipal Doutor Paula Buarque
Escola
Municipal Dr. Rubens de Castro Bomtempo
Escola
Municipal Duque de Caxias
Escola
Municipal Governador Marcello Alencar
Escola
Municipal Odette Fonseca
Escola
Municipal Papa João Paulo II
Escola
Municipal Rosalina Nicolay
Escola
Municipal Stefan Zweig
Escola
Paroquial da Igreja Bom Jesus
Quadra do
Boa Esperança Futebol Clube
Salão
Paroquial da Igreja São Paulo Apóstolo
Cidade sob a
lama
Com o dia
claro, era possível ver o tamanho da devastação — embora, em muitos locais,
fosse difícil distinguir o que era casa, o que era terra ou o que era rua.
Morros
vieram abaixo, carregando pedras do tamanho de carros; veículos ficaram
empilhados com a força da correnteza; vias importantes foram bloqueadas,
dificultando o acesso aos desabrigados.
O Alto da
Serra foi uma das localidades mais devastadas. A prefeitura estima que pelo
menos 80 casas foram atingidas pela barreira que caiu no Morro da Oficina. Um
vídeo mostrou o momento da queda.
Outras
regiões também foram atingidas, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening,
Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Whashington Luiz e
Coronel Veiga.
'Muita gente
chegando em óbito, cheia de terra, de várias idades', relatou um médico em um
pronto-socorro.
“Estamos
passando por uma situação de extrema gravidade, e direcionamos todos os
esforços para garantir o socorro da população”, destacou o prefeito Rubens
Bomtempo.
A busca por
sobreviventes em meio ao soterramento no Morro da Oficina seguiu intensa ao
longo da madrugada e contou com a ajuda de moradores e equipes dos Bombeiros,
Exército e Defesa Civil.
Agentes das
secretarias de Obras, de Serviço, Segurança e Ordem Pública, Saúde, Educação,
além da Comdep e CPTrans também atuam no atendimento da população e recuperação
da cidade.
“Orientamos
a população que ao sinal de qualquer instabilidade nas áreas em que residem,
que procure o ponto de apoio e nos acionem”, destacou o secretário de Defesa
Civil, o Tenente Coronel Gil Kempers.
Pontos de
apoio
A Prefeitura
abriu todos os pontos de apoio para o acolhimento da população de área de
risco.
"Em
geral, essas estruturas funcionam em escolas e neste momento, há atendimentos
nas localidades do Centro, São Sebastião, Vila Felipe, Alto Independência,
Bingen, Dr. Thouzete e Chácara Flora. Ao todo, 184 pessoas estão recebendo
suporte da prefeitura, que direcionou para as unidades profissionais da Saúde,
Educação, Agentes Comunitários, além da Defesa Civil", disse o município.
Fonte: g1
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