A Polícia Federal avançou nas investigações envolvendo o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.
A grande preocupação da PF, hoje, é com a segurança de familiares de investigados que colaboraram, estejam colaborando ou em negociação para auxiliar na apuração.
A PF tem um programa sofisticado de proteção para quem quiser colaborar com investigações e coloca esse aparato à disposição nas tratativas com eventuais colaboradores.
Nos bastidores, a preocupação é de que haja um movimento para pressionar familiares e amedrontá-los.
No domingo (21), o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim publicou informou que Ronnie Lessa, autor dos disparos contra Marielle, estaria colaborando com as investigações.
Na terça (23), a PF divulgou uma nota para dizer que há apenas uma colaboração no caso – a firmada por Élcio Queiroz, que dirigia o carro que levava Lessa. Essa delação foi homologada Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Investigadores ouvidos pelo blog lembram que Élcio Queiroz, ao decidir pelo acodo de colaboração – que, inclusive, foi firmado fora do Rio de Janeiro – pediu proteção para a família, e que a maior proteção para os envolvidos, justamente, "é falar".
A PF não divulga tratativas de delatores para evitar janelas de pressão a investigados e familiares.
No governo Lula (PT), a expectativa é de que o caso Marielle e Anderson seja resolvido ainda no primeiro semestre de 2024.
'Ecossistema' e milicianos
Uma fonte com acesso às investigações disse ao blog que o caso está num ''ecossistema'' de diferentes frentes de crimes no Rio de Janeiro.
Desde que a PF passou a apertar o cerco contra a criminalidade no estado, milicianos passaram a uma guerra particular em busca de domínio de territórios e poder.
Um ministro ouvido pelo blog afirma que o nível de envolvimento da milícia e da política surpreende até os mais experientes investigadores.
As reações da milícia no Rio de Janeiro nos últimos meses, diz essa fonte, é reflexo do avanço das investigações da PF no combate ao crime organizado como um todo.
Há, ainda, a avaliação de que existe um movimento de ''queima de arquivo'' entre criminosos.
G1
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