48% das brasileiras engravidaram sem planejamento entre os 19 e 25 anos de idade
Falta de
acesso a informações, métodos contraceptivos e planejamento familiar. A
combinação de todos esses fatores pode levar muitas mulheres a um único
desfecho: a gravidez não planejada.
Uma nova
pesquisa realizada pela Bayer, em parceria com a Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), revelou que o índice de
brasileiras que são surpreendidas por uma gestação permanece alto e alarmante:
62% das internautas ouvidasque já tinham engravidado relataram ter tido ao
menos uma gravidez não planejada.
Em
comparação a estudos anteriores, houve um crescimento da taxa que, antes, era
de 55%, sendo que ambas aparecem acima da média mundial (40%). Os resultados
revelaram ainda que 48% das brasileiras que tiveram alguma gravidez não
planejada engravidaram pela primeira vez entre os 19 e 25 anos de idade.
Segundo os
pesquisadores, é importante ressaltar que uma gravidez não planejada não é
necessariamente sinônimo de uma criança não desejada. Mas é preciso garantir
que as mulheres sejam capazes de ter o poder de decisão de quando e com quem
querem ter seus filhos. Afinal, a maternidade tem impacto em diversas esferas
da vida, tanto na pessoal, como profissional e financeira.
O estudo
ouviu mil mulheres de todas as regiões do país, pertencentes às classes A, B e
C que já tenham engravidado. As entrevistas foram feitas por meio de uma
plataforma on-line entre agosto e setembro de 2021.
A
importância da informação
Os
principais motivos que, de acordo com as entrevistadas, levaram a uma gravidez
não planejada foram o não uso do método contraceptivo (34%), a falha do método
(27%) e a utilização inadequada (20%).
Embora 54%
das mulheres tenham contado que não usavam métodos contraceptivos quando
engravidaram sem planejar, 65% das que tiveram alguma gestação não planejada
concordaram que se tivessem um conhecimento maior sobre os contraceptivos na
época, poderiam ter evitado a gestação.
Além disso,
os pesquisadores explicam que, mesmo que entre os métodos contraceptivos mais
usados estejam a camisinha e a pílula, nenhum desses tem índices de falha tão
elevados que justificariam as altas taxas de gestações não planejadas.
Por essa e
outras razões, acreditam os autores, que os dados são reflexos do
desconhecimento. A pílula anticoncepcional, por exemplo, deve ser tomada
diariamente e sempre no mesmo horário, caso contrário pode ter sua eficácia
reduzida.
Os
resultados também demonstraram que 53% das entrevistadas aprenderam sobre
contracepção com um profissional de saúde e 27% na escola. O levantamento
contou ainda que, entre as mulheres que usam contraceptivos,23% fazem a
utilização por conta própria, 6% por indicação de um familiar, 2% por amigos e
2% por orientação da internet.
Vale lembrar
que a escolha do método contraceptivo deve ser realizada no consultório do
ginecologista, já que é necessário avaliar qual o mais adequado dependendo do
quadro de saúde da mulher e o planejamento familiar de cada paciente.
E os
contraceptivos de longa duração?
Cada vez
mais é possível observar mulheres optando pelos chamados métodos contraceptivos
de longa duração, como os Dispositivos Intra-uterinos (DIU). Mesmo não sendo os
mais utilizados ainda, 94% das entrevistadas no estudo concordam que essa é uma
opção que traz mais liberdade e autonomia.
Os
pesquisadores explicam que os métodos de longa duração oferecem maior
independência às mulheres por não dependerem da lembrança de utilizá-los todos
os dias. Eles têm uma eficácia comprovada de 99,2% a 99,9% (dependendo do
método) e sua duração varia de três a dez anos.
Além disso,
é importante lembrar que os métodos de longa duração podem ser uma alternativa
tanto para as mulheres mais velhas como para as mais jovens. Atualmente, alguns
métodos, como DIU hormonal e de cobre, já são amplamente cobertos pelos planos
de saúde e disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Dr.
Jairo Bouer
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